Algumas incorreções e imprecisões que se têm verificado na Liturgia:
1.
Ato
penitencial e Kyrie são duas fórmulas distintas (ver nn 29-30 da IGMR); uma não
exclui a outra, antes completam-se ou integram-se uma na outra. O Kyrie
simples, por si só, não basta como ato penitencial, sendo, em si, uma aclamação
cristocêntrica.
Assim:
Ø Ou se diz o Confesso a Deus todo-poderoso, seguido da invocação Deus todo-poderoso e da aclamação Senhor, tende piedade;
Ø Ou se diz o outro formulário Tende compaixão de nós, sempre seguido
da invocação Deus todo-poderoso e da
aclamação Senhor, tende piedade;
Ø Ou se integram os dois elementos pela
fórmula Senhor, que fostes enviado pelo
Pai, seguida sempre da invocação Deus
todo-poderoso.
Então não está
correto que se faça como acontece muitas vezes: Para celebrarmos dignamente
os santos mistérios, reconheçamos que somos pecadores: Kyrie eleison!
De notar que esta
invocação é sempre dirigida a Jesus Cristo e não diretamente a cada uma das
Pessoas da Santíssima Trindade. Pode ver-se, entretanto, uma referência trinitária
na seguinte formulação: Senhor que fostes enviado pelo Pai... Senhor que
derramais o vosso Espírito... e outras do género.
Por outro lado, também
se verifica muitas vezes uma duplicação de ritos desnecessária: recita-se o Confesso e Deus todo-poderoso e depois
canta-se o Senhor que fostes enviado pelo
Pai...
Para evitar tudo
isto, tem que haver uma consertação prévia entre todos os intervenientes da
celebração, particularmente o presidente, o animador, o diretor de coro. Recorda-se,
pois, o que diz a Instrução Geral do Missal Romano, no número 73: “Sob a
orientação do reitor da igreja, deve ser feita uma preparação eficiente de cada celebração litúrgica, de comum acordo
entre todos os que nela são chamados a intervir...”
2.
Qualquer
ministro do altar, ainda que não instituído, pode preparar a mesa eucarística,
desdobrando ele mesmo o corporal e colocando o cálice ao lado do mesmo, assim
como a pala, se se usar, e o sanguíneo. Mas será unicamente o presidente da
celebração a colocar a patena sobre o corporal. Só quando tudo estiver pronto é
que o presidente da celebração se aproxima do altar para receber os dons a ser
consagrados.
3.
Será,
pois, o acólito ou o diácono - ou um concelebrante, de não houver diácono -, a entregar a patena ao presidente que fará a
apresentação do pão (Bendito sejais,
Senhor Deus do universo, pelo pão...), colocando-a depois sobre o corporal.
4.
A preparação
do cálice, não pertence ao acólito, ainda que instituído; ou seja, é unicamente
o diácono e o presbítero que hão-de verter o vinho e a água dentro do cálice. A
função do acólito, é apresentar as galhetas ao diácono ou ao presbítero que as recebem
das suas mãos, ou as tomam de cima da bandeja em que são apresentadas, com a
asa voltada para quem as recebe. De notar que, por norma, a preparação do
cálice se faz ao lado do altar e não ao centro.
5.
Após
a comunhão, convém que a purificação dos vasos seja feita na credência, para
onde são levados pelo acólito, principalmente nas celebrações mais solenes. Porém,
a purificação do cálice, da patena, da píxide, das bandejas de comunhão, só
pertence ao Acólito instituído e não aos outros ministros não instituídos, nem
sequer ao Ministro extraordinário da comunhão. É esta a disciplina da Igreja.
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