segunda-feira, 23 de maio de 2016

A beleza da Liturgia

Algumas incorreções e imprecisões que se têm verificado na Liturgia:

1.       Ato penitencial e Kyrie são duas fórmulas distintas (ver nn 29-30 da IGMR); uma não exclui a outra, antes completam-se ou integram-se uma na outra. O Kyrie simples, por si só, não basta como ato penitencial, sendo, em si, uma aclamação cristocêntrica.
             Assim:
Ø  Ou se diz o Confesso a Deus todo-poderoso, seguido da invocação Deus todo-poderoso e da aclamação Senhor, tende piedade;
Ø  Ou se diz o outro formulário Tende compaixão de nós, sempre seguido da invocação Deus todo-poderoso e da aclamação Senhor, tende piedade;
Ø  Ou se integram os dois elementos pela fórmula Senhor, que fostes enviado pelo Pai, seguida sempre da invocação Deus todo-poderoso.
Então não está correto que se faça como acontece muitas vezes: Para celebrarmos dignamente os santos mistérios, reconheçamos que somos pecadores: Kyrie eleison!
De notar que esta invocação é sempre dirigida a Jesus Cristo e não diretamente a cada uma das Pessoas da Santíssima Trindade. Pode ver-se, entretanto, uma referência trinitária na seguinte formulação: Senhor que fostes enviado pelo Pai... Senhor que derramais o vosso Espírito... e outras do género.
Por outro lado, também se verifica muitas vezes uma duplicação de ritos desnecessária: recita-se o Confesso e Deus todo-poderoso e depois canta-se o Senhor que fostes enviado pelo Pai...
Para evitar tudo isto, tem que haver uma consertação prévia entre todos os intervenientes da celebração, particularmente o presidente, o animador, o diretor de coro. Recorda-se, pois, o que diz a Instrução Geral do Missal Romano, no número 73: “Sob a orientação do reitor da igreja, deve ser feita uma preparação eficiente de cada celebração litúrgica, de comum acordo entre todos os que nela são chamados a intervir...

2.       Qualquer ministro do altar, ainda que não instituído, pode preparar a mesa eucarística, desdobrando ele mesmo o corporal e colocando o cálice ao lado do mesmo, assim como a pala, se se usar, e o sanguíneo. Mas será unicamente o presidente da celebração a colocar a patena sobre o corporal. Só quando tudo estiver pronto é que o presidente da celebração se aproxima do altar para receber os dons a ser consagrados.


3.       Será, pois, o acólito ou o diácono - ou um concelebrante, de não houver diácono -, a entregar a patena ao presidente que fará a apresentação do pão (Bendito sejais, Senhor Deus do universo, pelo pão...), colocando-a depois sobre o corporal.

4.       A preparação do cálice, não pertence ao acólito, ainda que instituído; ou seja, é unicamente o diácono e o presbítero que hão-de verter o vinho e a água dentro do cálice. A função do acólito, é apresentar as galhetas ao diácono ou ao presbítero que as recebem das suas mãos, ou as tomam de cima da bandeja em que são apresentadas, com a asa voltada para quem as recebe. De notar que, por norma, a preparação do cálice se faz ao lado do altar e não ao centro.

5.       Após a comunhão, convém que a purificação dos vasos seja feita na credência, para onde são levados pelo acólito, principalmente nas celebrações mais solenes. Porém, a purificação do cálice, da patena, da píxide, das bandejas de comunhão, só pertence ao Acólito instituído e não aos outros ministros não instituídos, nem sequer ao Ministro extraordinário da comunhão. É esta a disciplina da Igreja.


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